20 de junho de 2011

in...adaptados


a vida... com(vida) a voos tão altos...
e a aterragens tão abruptas...
a vida... sem(vida) tão inerte...
e a vaguear tantas vezes no oco existencial...

in...adaptação...
in...compreensão...
há um sem número de palavras que nos puxam por dentro...

inadaptados... no seu próprio mundo...
inadaptados... na casa que parecia anos a fio ser a sua casa...
inadaptados... no seu eu mais intímo...
inadaptados... na sua pele, no seu nome, no seu que já não é seu...

há um sem número de palavras que nos puxam para dentro...
olhares que são a verdade naquilo que vêem, sentem... 
palavras que são aquilo que pensam ser e não são...
gestos que gritam incoerência, mesquinhez, 
inadaptação no que pensam ser...
mas na consciência mais íntima de si, não são...

in... a caminho da adaptação....
in... a caminho da compreensão... 
in... implica movimento e não instalação....
adaptação? soa também a rotina, a sem sabor, a sem vida...
adaptação? recorda também que é bom viveres a partir de dentro...
lá onde há uma fonte que te recorda que o teu lugar não é aqui...
e por isso....
A MINHA HISTÓRIA... A TUA HISTÓRIA... É ISTO MESMO...
IN...ADAPTAÇÃO...
porque o meu coração não é daqui... o teu também não...

HÁ UM LUGAR DENTRO DE MIM... 
QUE ME RECORDA QUE EU NÃO SOU DAQUI...
mesmo que sinta a vida há mais de 30 anos...
mesmo que queira fazer minha uma casa exterior...
mesmo que projecte e sonhe e organize....
mesmo que... mesmo que... serei uma eterna in... adaptada... 
há procura daquele germén de vida que me chamou a uma existência em constante in...adaptação!

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostava de te compreender melhor, interessante o jogo de palavras (in...) e o sentido que lhe atribuis.
vivemos eternamente numa casa que sonhamos ser a nossa mas em nada o é.

abraço do tamanho do teu coração